Codorna


Algumas criações são versáteis na oferta de produtos que podem trazer um bom retorno ao produtor. No caso das codornas, a venda de ovos é a opção mais indicada para quem não quer investir muito, tem pouco espaço na propriedade e pretende ingressar em uma atividade fácil.Essas aves pequenas oferecem carne saborosa, porém, os ovos in natura, cozidos ou em conservas, encontram demanda em qualquer ponto-de-venda de alimentos, de mercearias a restaurantes. Com pouco colesterol e muita proteína, vitamina B1 e B2 e nutrientes como ferro, fósforo e cálcio, os ovos são produzidos diariamente e por longo período pelas codornas. A postura pode passar de dois anos, mas o primeiro ano é o mais produtivo.
A criação de codornas para reprodução, por sua vez, tem custo mais alto. Um dos fatores que encarecem a atividade é o uso de chocadeiras. Como as aves não chocam os próprios ovos quando vivem em cativeiro, o criador tem de recorrer a amas ou a esses equipamentos para garantir que nasçam os filhotes.
Fáceis de manusear, de rápido crescimento e produtivas, as codornas são ótimas para criadores inexperientes. Mas é claro que toda criação exige um mínimo de cuidado, por isso é importante que as aves sejam de boa procedência, tenham à disposição alimento de qualidade, vitaminas e medicamentos, se forem necessários, e vivam em ambiente limpo e livre de doenças.
Codornas podem ser criadas até em quintais de residências, desde que isso ocorra em estruturas apropriadas. Um pequeno galpão ou uma garagem inutilizada são outras alternativas para abrigar as gaiolas das aves. Feitas de arame galvanizado, elas devem ser dispostas nos sistemas de bateria: uma fica em cima da outra.
É fundamental que os ambientes sejam protegidos de correntes de ar, mas apresentem boa ventilação. As melhores regiões para a criação são aquelas sem grandes oscilações climáticas e elevadas taxas de umidade relativa do ar. Embora sejam resistentes, as aves preferem clima estável, com temperatura média de 25 graus. Elas não gostam de tomar sol ou receber vento diretamente.
Para obter uma renda extra, o criador ainda pode vender esterco para floriculturas e hortas. No caso de criação para o abate, restos como ossos, cabeça, pata, penas e vísceras são matérias-primas para a produção de sabão, ração e óleo. Mas é bom lembrar que somente frigoríficos credenciados pelos sistemas de inspeção estão permitidos a executar o trabalho de abate.


MÃOS À OBRA
GAIOLAS já vêm com declive para o deslizamento dos ovos
INÍCIO - adquira aves de criadores com referência. A raça mais indicada para postura é a Coturnix coturnix japonica, ou japonesa, que pesa de 100 a 250 gramas. Ela é bastante precoce e apresenta alta produtividade. Para consumo doméstico, pode-se começar um plantel com seis fêmeas e um macho. Se a intenção for ganhar escala e rentabilidade em um pequeno comércio, a criação deve começar com 10 mil aves.
AMBIENTE - as avezinhas não necessitam de muito espaço, mas recomenda-se que o local onde serão mantidas permita a ampliação da criação. É importante que seja arejado e claro, mas sem corrente de vento, umidade ou incidência direta do sol. Galpões com pé-direito entre 2 e 2,3 metros de altura são adequados para a criação, devendo contar com janelas que fiquem acima da gaiola mais alta da bateria. O mais indicado é cobertura com telhas de barro e piso queimado ou de cimento, com pequena declividade para facilitar a limpeza.
GAIOLAS - em lojas de produtos agropecuários, podem ser compradas gaiolas próprias para a criação. Muitos modelos possuem comedouros e bebedouros que já fazem parte da armação feita de arame galvanizado. O uso de gaiolas de madeira é uma boa alternativa para regiões mais frias. As medidas indicadas para o criador que está começando são de 30 x 30 x 30 centímetros e de 12 a 15 centímetros de altura. Monte baterias de três a quatro gaiolas, uma ao lado da outra. Elas já vêm com extensão com declive para o deslizamento do ovo e compartimento embaixo da base gradeada, para que as fezes fiquem acomodadas e não tenham contato com os pés das aves.
ALIMENTAÇÃO - para cada fase de vida da codorna indica-se um tipo específico de alimentação. Nos primeiros 15 dias, dê ração inicial, e, dos 16 aos 50 dias de vida, a de crescimento. A partir daí, forneça apenas ração de postura. As trocas de alimentação devem ser feitas aos poucos, mantendo-se a marca do produto oferecido para evitar mudanças no metabolismo. Em média, cada ave adulta consome 25 gramas de ração por dia.
PRODUÇÃO - consideradas ótimas poedeiras, as codornas iniciam a fase de postura ao atingir entre 50 e 60 dias de vida. Daí em diante, as aves botam ovos diariamente por dez meses seguidos, com intervalo de dois meses para a muda de penas. Cada codorna gera de 250 a 300 ovos no primeiro ano, quantidade que diminui no ano seguinte.

Fonte: 
http://revistagloborural.globo.com/GloboRural